De forma inédita, projeto de inclusão sociopolítica dos povos indígenas leva presidente do TRE-TO a aldeias da Ilha do Bananal
Visita aos povos Javaé e Karajá marca início de uma série de encontros previstos até novembro.
Retomando as atividades presenciais do projeto Inclusão Sociopolítica dos Povos Indígenas, a Justiça Eleitoral do Tocantins foi até as aldeias Canoanã e Santa Isabel, das etnias Javaé e Karajá, na última sexta-feira e sábado (8 e 9/10). O presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), desembargador Helvécio de Brito Maia Neto, participou da ação e marcou, pela primeira vez, a presença de um presidente de TRE em aldeia indigena da Ilha do Bananal.
"É com muita alegria que estamos realizando estas visitas, dialogando com as comunidades indígenas a respeito de temas importantes, voltados à efetivação plena dos direitos de cidadania e fortalecimento da democracia", enfatizou o presidente do Tribunal. "Democracia é o governo do povo, pelo povo e para o povo; garantir a participação do indígena é democracia", reforçou o desembargador Helvécio Maia Neto.
"Ficamos muito felizes e até emocionados. Pela primeira vez um presidente de Tribunal vem até a nossa aldeia e isso demonstra o compromisso da Justiça Eleitoral com os indígenas", disse o vice-cacique Idiawu Javaé, da aldeia Canoanã - localizada no município de Formoso do Araguaia. Por lá, cerca de 70 indígenas participaram da ação do projeto, incluindo o ancião Sewrê Karajá, o presidente da Associação da Aldeia Canoanã, Kanari Javaé, e o vereador indigena Robson Javaé.
Já na aldeia Santa Isabel, localizada às margens do Rio Araguaia, na divisa de Tocantins e Mato Grosso, o encontro dos indígenas com a Justiça Eleitoral contou com apresentação típica dos homens da aldeia para dar as boas-vindas à comitiva. "Eu ainda estou aprendendo a língua de vocês, mas espero passar aqui o privilégio que estamos sentindo em ter vocês aqui na aldeia. Espero que tenham gostado na dança que apresentamos para vocês", disse o cacique Ijariwe Karajá. Também participaram do evento o cacique tradicional da aldeia, Sokrowe Karajá, o cacique da aldeia Watau, Iwyraru Karajá, e a liderança indígena do povo Karajá, Ijaruma Karajá.
Visitas
As visitas às aldeias são um momento para troca de experiências, diálogo sobre a necessidade de inclusão e participação dos indígenas na política, e orientações a respeito da urna eletrônica. Equipamentos são levados para as aldeia para que todos possam aprender a usar a urna ou tirar dúvidas a respeito dela.
Para o coordenador do projeto, juiz eleitoral Wellington Magalhães, "o objetivo destas ações é o fortalecimento da participação do indígena na política brasileira, fomentar o voto consciente e a representatividade destes povos".
Acompanhando os encontros, o procurador Federal Lusmar Filho destacou a importância da presença da Justiça Eleitoral nas aldeias. "A palavra de ordem é inclusão e o TRE com esse projeto está sendo modelo para todo o país. Acho muito importante porque o índio, como todo cidadão brasileiro, também tem que participar do processo político. Através do desenvolvimento desse trabalho certamente a conscientização vai ocorrer, os indígenas vão tirar suas dúvidas e vai ter todo o apoio do TRE para que se faça política com responsabilidade e respeitando todas as leis", disse.
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Paula Bittencourt (ASCOM/TRE-TO)