Como forma de mostrar a força da mulher, a Justiça Eleitoral do Tocantins em parceria com a Ouvidoria da Mulher realizou , neste dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher, a primeira edição do Programa Permanente “+ Mulher + Democracia”, por meio de uma roda de conversa com o tema: “A participação efetiva da mulher no cenário político tocantinense”. O debate aconteceu em Arraias (TO), na Universidade Federal do Tocantins – UFT - Câmpus Arraias - e foi mediado pelas juízas, ouvidora regional eleitoral e Ouvidoria da Mulher, Ana Paula Brandão Brasil, e a coordenadora do programa, Edssandra Barbosa da Silva. Esta é uma ação conjunta do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO), por meio da Escola Judiciária Eleitoral (EJE) com a Ouvidoria da Mulher.

Iniciando a roda de conversa, o anfitrião do evento, juiz da 22° Zona Eleitoral de Arraias, Márcio Ricardo Ferreira Machado deu boas vindas e falou da importância da união dos esforços para fortalecer a participação feminina nos espaços de poder. "Precisamos vencer o preconceito estrutural. Precisamos ressaltar e incentivar a participação de mulheres que, assim como diversas aqui presentes, construíram uma carreira sólida e que estão dispostas a discutir a participação e representação feminina seja na política ou quaisquer espaços de poder. Reforço que o respeito à competência venha antes do gênero”, frisou.

Continuando o debate, a Ouvidora da mulher, juíza Ana Paula Brandão Brasil, falou da atuação e explicou o caminho para acessar a Ouvidoria da Mulher. " A Ouvidoria da Mulher é o canal da Justiça Eleitoral com todas e todos vocês. Por meio dele, vamos conhecer melhor as situações de violência política contra as mulheres, em todos os seus aspectos. Sem sabermos o que está acontecendo, sem as reclamações, denúncias, informações, não teremos como construir a efetiva igualdade de gênero no cenário da política no Tocantins. Estamos aqui e esperamos vocês, precisamos de vocês", disse. "Além de nossos clientes, vocês são nossos parceiros na luta em defesa dos direitos das mulheres. Enfim, com vocês cumpriremos nossa missão que é a construção de uma sociedade mais justa e igualitária. E nela não há espaço para violência de qualquer natureza", complementou.

Na oportunidade, a mestra doutora em Sociologia da contemporaneidade e pós-doutora, Magda Suely Pereira Costa, compartilhou conhecimentos e aproveitou para homenagear mulheres de comunidades que fizeram história na luta feminina. “Gostaria de homenagear a professora Inácia Dias, da Comunidade Quilombola Lagoa da Pedra e Laia Procopia, Comunidade quilombola Kalunga de Monte Alegre, pois são mulheres que fizeram e fazem atuação política em suas realidades locais”, disse.

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Debates

Para fomentar a educação e participação política feminina, a coordenadora do Programa + Mulher + Democracia, juíza Edssandra Barbosa da Silva, fez um apanhado histórico da participação feminina no Brasil, apresentando fatos importantes como a assinatura da Lei Áurea, ministras que ocuparam a presidência do STF entre outros cargos eletivos e de gestão. Trouxe também fatores que podem influenciar a reduzida presença da mulher na política, como a violência contra a mulher nas eleições; elevada carga de trabalho, com a tripla jornada; caráter machista da sociedade; domínio masculino dos partidos políticos, dentre outros.

Como balanço desta primeira edição, a juíza Edssandra Barbosa da Silva explanou sobre o cumprimento do objetivo proposto com a audiência pública. “Tivemos uma expressiva participação de público na roda de conversa em Arraias, e não tenho dúvidas que as pessoas saíram daqui com pelo menos um pouco de informação a mais sobre direitos políticos e a representação das mulheres na política e com o interesse de buscar entender mais e mudar essa realidade que precisa ser alterada”, disse.

"Não há humanidade sem igualdade, sem respeito, sem equidade, sem garantia e efetivação de direitos. Por isso, e já encaminhado a minha fala para o final, faço um chamamento aos homens para não mais falar pelas mulheres, pois elas são capazes e devem ter todos os seus direitos respeitados”, ressaltou o juiz José Maria Lima, coordenador dos programas permanentes da Escola Judiciária Eleitoral (EJE).

A chefe da Secretaria de Gestão de Pessoas (SGP), do TRE/TO, servidora Cristiane Regina Boechat Tose, avalia que “a realização de um evento como este em uma faculdade é muito interessante porque a presença de professores e alunos enriquecem muito e ajudam nesse movimento que esse programa espera, que é a maior participação das mulheres nos espaços de poder”.

O evento

Com o público que lotou o auditório da UFT – Câmpus Arraias, com mais de 250 pessoas, a primeira ação do Programa: “+ Mulher + Democracia”, que tem como um de seus objetivos incentivar o crescimento e proporcionar a efetiva participação feminina na política, assegurando-lhes seus direitos e gerando debates e conscientização do papel da mulher no processo eleitoral, já é um grande sucesso.

Os próximos encontros serão nos municípios de Paranã, em abril; na região do Bico do Papagaio será em Araguatins, no mês de maio; e fechando o ciclo, será na Capital, Palmas, em junho.

Objetivo Estratégico:
3 - Fomentar a educação política da sociedade

Rozeane Feitosa (ASCOM/TRE-TO)