Em Natividade, região sudeste do Estado, debate fomentado pela Justiça Eleitoral do Tocantins, por meio do projeto +Mulher +Democracia, promove bate-papo com o tema “A participação efetiva da mulher no cenário político tocantinense". Evento aconteceu nesta sexta-feira (27/05) e finaliza série de encontros realizados ao longo da semana nos municípios de Gurupi, Porto Nacional e Paraíso do Tocantins.  Com auditório lotado, a programação contou com participação expressiva de estudantes do ensino médio de escolas estaduais, operadores de Direito e representantes do Executivo, Legislativo e comunidade em geral. 

Durante a roda de conversa, em interação com a plateia, a coordenadora do +Mulher +Democracia, juíza Edssandra Barbosa, respondeu ao questionamento do estudante Pablo Silva sobre a legislação vigente para reprimir e combater a violência política contra a mulher. Explicando o disposto da Lei 14.192, que  estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, a magistrada ressaltou que o normativo tem o objetivo  de criminalizar a violência política contra a mulher e garantir os  direitos de participação política da mulher, vedadas a discriminação e a desigualdade de tratamento em virtude de sexo ou de raça no acesso às instâncias de representação política e no exercício de funções públicas. 

“Estou muito satisfeita com o resultado desses quatro eventos, essas quatro rodas de conversa que realizamos nesta semana; o público compareceu em massa e  eu tenho absoluta convicção de que nós conseguimos dar o nosso recado e espero que essa semente que nós lançamos nesses eventos ela gere frutos e que esses frutos acarretem mudanças no cenário político do Tocantins”, ressaltou a coordenadora do projeto ao fazer um balanço das atividades.

Recebendo o evento na 19ª ZE de Natividade, onde atua como juiz eleitoral titular, William Trigílio destacou em sua fala  as desigualdades nas ocupações dos cargos eletivos em todo o país, incluindo o Tocantins. "Em 2020, na última eleição geral, dos 81 cargos de senadores só 12 foram ocupados por mulheres, e no Congresso das 513 vagas, só 77 cadeiras são ocupadas por mulheres.  As mulheres precisam mudar esse quadro, essa representatividade está muito aquém; nós vivemos ultimamente um despertar político e a mulher tem que aproveitar a oportunidade e se colocar nesse ambiente de discussão e efetivamente ocupar cargos eletivos, não só para exercer a função de gestoras públicas à frente do executivo Municipal, Estadual e até Federal,  mas também como integrante das casas legislativas para participarem diretamente na construção das leis”, pontuou.

Na plateia, Joaquim Ferreira Rodrigues, ex-prefeito de Natividade, também falou da importância da participação ativa da mulher nas gestões públicas e conclamou aos jovens o engajamento no processo eleitoral. “Esse olhar da mulher é muito importante para administração pública em todas as esferas de poder; e vocês, jovens, são o nosso amanhã", ressaltou.

"É muito importante que as mulheres vejam a política não só como algo distante, como eleições ou a política partidária. É importante pensar que a política está no dia a dia, em resolver os problemas da nossa comunidade; eles estão muito mais próximos da gente do que a gente pensa", complementou outra participante, a advogada Mariana Camelo.

Debates

A programação contou com a participação de três debatedoras que, em suas intervenções, destacaram a importância da educação, os desafios da mulher para conquista de espaços de poder e união de todos em prol da construção de uma sociedade mais participativa e paritária.

“Hoje a visão da mulher mudou, ela não tá mais em casa cuidando dos filhos. É difícil viver nessa jornada mais do que tripla, mas é gratificante. Nós somos capazes de fazer muitas coisas. Quando você faz o que você gosta, as coisas fluem. Vocês mulheres que estão estudando, não parem. O futuro de vocês está no estudo”, afirmou a médica Ana Lívia Jayme de Cerqueira.

“A política é para transformar a vida do nosso cidadão, do povo; as pessoas querem dignidade. Vamos procurar o nosso direito dentro da política, vamos fazer com que a mulher apareça. Vamos criar uma política para compartilhar com todos. A necessidade da mulher é imensa e é tão difícil colocá-las lá, porque há medo e dificuldade em estar num ambiente majoritariamente masculino”, complementou a fisioterapeuta Odilene Lacerda.

Já a psicanalista Nádia Alves Araújo falou da importância da união dos esforços para alcance de melhorias. “Juntos, mulheres e homens debatendo, nós vamos chegar em um ideal justo para a comunidade", frisou.

OBJETIVO ESTRATÉGICO:

3 - Fomentar a educação política da sociedade

Eva Bandeira (ASCOM/TRE-TO)